Até um terço das águas de superfície europeias apresentaram nos últimos anos níveis excessivos de pesticidas, segundo um novo indicador divulgado esta quinta-feira pela Agência Europeia do Ambiente, que mediu a presença destes produtos entre 2013 e 2019.
“Um ou mais pesticidas foram detetados acima do limite a partir do qual produzem efeitos em 13 a 30 por cento de todos os locais de monitorização de águas superficiais”, referiu a agência, apontando “excesso de um ou mais pesticidas em três a sete por cento dos locais de monitorização”.
Apesar destes resultados, salientou que não é possível deduzir uma tendência na presença destes produtos químicos nas águas europeias, indicando que “as perdas decorrentes da aplicação de pesticidas podem variar consideravelmente de ano para ano, dependendo, por exemplo, do tipo de cultura e da meteorologia”.
Além disso, alterações nos regulamentos sobre uso de pesticidas “influenciam a utilização e a presença nas águas, o que também pode causar dificuldades na interpretação de tendências ao longo do tempo”.
Os pesticidas encontrados com mais frequência são inseticidas e herbicidas, cujo uso foi aprovado para proteção de plantas durante os períodos de monitorização.
Um dos produtos, a atrazina, continua a ser encontrado em águas subterrâneas apesar de o seu uso ter sido limitado em 2007, o que se explica pela sua capacidade de persistir no meio ambiente.
No Pacto Verde Europeu estabelece-se a meta de reduzir em 50 por cento o uso e riscos de pesticidas químicos até 2030.
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