O azevinho (Ilex aquifolium L.) é um arbusto da família Aquifoliácea. Tem folha persistente e é utilizado essencialmente para efeitos ornamentais pelos seus frutos vermelhos.
As folhas alternas, inteiras, possuem um pecíolo curto e um limbo de 5-7 cm de cumprimento, coriáceo, de forma geral ovalada e bordo ondulado e espinhoso, de um verde brilhante escuro na face superior e mais claras na face inferior. As folhas persistem em geral três anos.
A casca do tronco é cinzento-clara e lisa, existindo também azevinhos com folhas bicolores ou variegadas, geralmente verde e branco ou verde e creme.
É uma espécie dioica (indivíduos masculinos e femininos distintos). Os frutos aparecem apenas nas plantas femininas, são drupas esféricas de 7 a 10 mm de diâmetro, de um vermelho brilhante, por vezes amarelas, contendo quatro grainhas lenhosas. Amadurecem no fim do verão, persistindo durante todo o inverno.
O azevinho é um arbusto de crescimento muito lento, podendo atingir 4 a 6 m de altura e viver até mais de 100 anos. É uma das numerosas espécies do género Ilex, espontânea na Europa, e comum até aos 1.500 metros de altitude. Nativo em quase toda a Europa, Norte de África e Sudoeste da Ásia, o azevinho é uma espécie autóctone rara, que enfrenta uma ameaça de extinção em Portugal, sendo por isso proibida a sua colheita através do Decreto-Lei nº 423/89, de 4 de dezembro – “É proibido, em todo o território do continente, o arranque, o corte total ou parcial, o transporte e a venda do azevinho espontâneo Ilex aquifolium L., também conhecido por pica-folha, visqueiro ou zebro.”
Há preocupações crescentes sobre a capacidade de regeneração, já que é largamente explorada e podem ser afetadas negativamente pelas mudanças climáticas em toda a faixa mediterrânea. Muito importante em termos ecológicos, esta planta serve de abrigo a inúmeros animais e na época do ano mais desfavorável para a vida selvagem, trata-se de uma valiosa fonte de alimento para algumas aves, roedores e herbívoros maiores. No entanto, as suas folhas e frutos são tóxicos para certos animais, especialmente certas aves. A ingestão de 20 a 30 bagas podem ser mortais para um humano adulto. Esta planta tem uma elevada capacidade de regeneração após a passagem de incêndios.
Em Portugal, é comum nas florestas do norte e centro, em bosques e matas de carvalhos, faias e pinheiros e nas margens dos cursos de água. É uma espécie de sombra, mas também se adapta bem a zonas ensolaradas. É muito resistente ao frio e às geadas, mas sensível às secas estivais. Prefere solos leves, siliciosos ou descarbonatados, húmidos, ligeiramente ácidos e ricos em matéria orgânica.
É uma das espécies mais cultivada como ornamental. Os ramos cobertos de drupas que persistem durante todo o inverno, contrastando com a folhagem persistente de cor verde-escura, tornam a planta muito procurada por ocasião das festas do Natal. Possui uma madeira dura e homogênea, difícil de trabalhar, contudo apreciada para trabalhos de marcenaria. A madeira branca-acinzentada é utilizada na confeção de peças de instrumentos musicais e obra de arte. Como planta medicinal são atribuídas propriedades diuréticas às folhas e os frutos, que são tóxicos, são purgantes e provocam o vómito.
No caso de pretender ter azevinhos no jardim pode semear no outono ou, como alternativa, dado que germinação é bastante lenta, pode recorrer-se à aquisição de plantas em viveiros, já estabelecidas. Devem plantar-se em zonas onde a luz natural seja indireta, mais sombrias e húmidas, mas não em solo encharcado. No verão, podem ser regadas caso haja necessidade.
Pelo facto de não ser facilmente distinguido o azevinho selvagem do cultivado, em 1990 iniciou-se uma credenciação dos produtores de forma a assegurar o cumprimento das disposições legais e permitir-lhes desenvolver legalmente a atividade económica. Os produtores podem registar-se junto do ICNF até ao dia 15 de setembro de cada ano.
Na ilha da Madeira e nos Açores as espécies de azevinho são o Ilex canariensis e Ilex perado, pequenas árvores ou arbustos que diferem da llex aquifolium, pelas folhas ovadas, com 15 a 20 cm de comprimento, inteiras ou pouco dentadas, mais coriáceas, e pelo tamanho das flores e dos frutos que são menores. Teme o frio. Estas espécies são também espontâneas nas Canárias.