A dieta mediterrânea é amplamente reconhecida por suas qualidades saudáveis, mas também há evidências crescentes de seus benefícios ambientais.
A agroecologia é frequentemente criticada como um “retorno ao passado” que desperdiça o potencial da tecnologia para resolver os grandes desafios alimentares. (…) Mas é possível reproduzir a lógica dos agroecossistemas do passado com tecnologia e conhecimento atuais. Por exemplo, se no passado os animais da quinta transformavam a energia do sol (anteriormente fixada pelas plantas) em energia mecânica utilizada na própria agricultura, agora podemos usar os biocombustíveis ou a energia solar para obter essa energia mecânica de forma muito mais eficiente e massiva, minimizando assim a dependência da energia fóssil. De forma similar, a tecnologia atual de controlo biológico de pragas rivaliza com os pesticidas sintéticos em eficácia, mas preserva a lógica dos sistemas tradicionais de uso de recursos orgânicos, minimizando os impactes nos ecossistemas.
A combinação da dieta mediterrânica com a agroecologia parece resultar num sistema agroalimentar muito mais ajustado às capacidades do território. Além de gerar riqueza no mundo rural reduziria ao mesmo tempo a dependência externa e os recursos não renováveis. Libertaria território em países terceiros para produção alimentar ou regeneração de ecossistemas proporcionando importantes benefícios para a saúde através de uma alimentação mais nutritiva e menos exposta a produtos tóxicos, e enfrentando os grandes desafios ambientais da atualidade, com redução drástica dos impactes da produção alimentar.